sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Fim do ano

Tenho me especializado em cafés da manhã de semáforo.
Sabe como é? Você dirige, você para, você come. Farol abre, você dirige. Daí você para, você come...
Só espero que seja por pouco tempo.
Ministério da Saúde não adverte, mas deve fazer mal à dieta equilibrada.
Equilíbrio, aliás, é algo cada vez mais almejado no momento.
Alguém aí tem de sobra?

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Deixa chover

Hoje o dia amanheceu chorando.
Começou com um soluço contido, algumas lágrimas escapando-lhe dos olhos, esparramando-se pelo concreto.
Logo o lamento evoluiu para um choro em prantos. Não daqueles desesperados, tempestuosos, mas daqueles choros conformados.
Cinza era sua face e assim ficou.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Passado a limpo

Aos 13 anos de idade, eu tinha um grande amigo. Nós nos dávamos tão bem que nos apresentávamos como primos. Construindo um grau de parentesco desejado por nós. Três anos mais velho do que eu, ele já era "gente grande" ao meu olhar. Eu tirava vantagem disso, deixando-me ser apresentada aos seus amigos _ ou seja, os meninos mais velhos (e cobiçados) da escola. Para mim, apenas uma demonstração inocente de poder. Aquele poder que tem uma piveta que já circula entre os rapazes e moças mais "maduros". Sem consequências.
Certo dia, o amigo deixou de falar comigo. Eu voltava de um fim de semana animado na casa de uma prima e não entendi a recusa em me cumprimentar. Tentei diálogo, sem sucesso. Adolescente plena, chorei abraçada ao cãozinho de pelúcia, enquanto ouvia baladinhas cantadas em inglês no programa de rádio. Escrevi cartas e pedi para entregá-las, mas ele sequer as lia.
Numa aula de português, o professor pediu uma redação e contei essa história. Ele achou graça e, ao lado da nota, fez uma observação de que o tempo trataria de cuidar daquele problema.
Dezoito anos se passaram. Ele se casou, teve filhas lindas e seguiu sua vida. Não se tornou publicitário nem desenhista, apesar de suas habilidades e do que imaginávamos para seu futuro. Eu, ao contrário dele, segui o sonho profissional almejado na adolescência e me tornei jornalista. Também casei, formei uma família linda, construí novas amizades.
Dia desses, nós nos encontramos num congresso. Eu tomava um café com uma colega de trabalho, no intervalo de uma palestra, quando ele se aproximou. Disse oi, sorriu, perguntou se eu estava bem. Retribuí, sem esconder o espanto, embora me esforçasse para demonstrar naturalidade. Não durou mais do que um minuto. Mas representou quase duas décadas da minha vida, finalmente passadas a limpo.
Naquela tarde, respirei mais aliviada.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Bolo de coco da infância

Esse era meu segundo bolo preferido da infância. Perdia apenas (é claro!) para o bolo de chocolate, imbatível. Lembro bem do cheirinho de coco pela casa toda, quando o bolo ainda estava assando. E da ansiedade que tínhamos para cortar o primeiro pedaço e devorá-lo, ainda quentinho, tomando cuidado para não queimar a língua com a cobertura.
Na fase adulta, inseri essa receita na lista das "comidas que engordam", porque inclui leite condensado nos ingredientes. Reservo, portanto, para ocasiões mais coletivas, para que cada um coma um pouco, sem exagerar.
Aprendi a fazer o bolo ainda criança, quando não tinha batedeira em casa. Hoje, recorro ao eletrodoméstico, para acelerar o processo.
Vamos à receita:

Bolo de coco
Ingredientes
4 ovos
2 colheres (sopa) bem cheias de margarina
3 xícaras de farinha de trigo
2 xícaras de açúcar branco
100 ml de leite de coco
100 ml de leite
1 colher (sopa) rasa de fermento em pó

Cobertura: 1 lata de leite condensado, 100 ml de leite de coco e coco ralado para polvilhar

Preparo
Separe claras das gemas. Bata as gemas com a margarina até ficar um creme uniforme e esbranquiçado. Acrescente o açúcar e misture bem. Em seguida, coloque o leite e o leite de coco e mexa com cuidado, porque a massa ficará mais líquida. Depois, é a vez da farinha de trigo. Uma xícara por vez, até tornar tudo bem homogêneo. Bata as claras em neve e acrescente à massa, com delicadeza. Por fim, junte o fermento em pó. Asse numa assadeira untada, em forno médio, por uns 25 min. ou até que a superfície fique levemente dourada. Enquanto isso, prepare a cobertura: leve ao fogo o leite condensado com o leite de coco até engrossar. Corte o bolo em quadradinhos e jogue o creme. Conclua salpicando o coco ralado. Humm!