segunda-feira, 27 de setembro de 2010

No princípio, era a páprica

Semana passada fiz um gulyás. Lê-se gulach, com chiado no final.
Parênteses: sou casada com um filho de húngaros e, de vez em quando, eu me aventuro na cozinha com receitas um tanto "exóticas" para o paladar brasileiro, a começar pelo nome e pela pronúncia. Essa eu aprendi com a sogra, que gentilmente preparou um caderno de receitas para cada um de seus filhos, quando se emanciparam, dando o carinhoso título de "Caderno de Receitas da Mamãe Querida".
Fecha parênteses.
Gulyás nada mais é do que um sopão, feito com carne picadinha, batata, cenoura e um caldo que aquece corpo e alma, muito indicado portanto para dias frios e chuvosos. O segredo, como em qualquer prato, está nos temperos. No caso do gulyás, a páprica é o princípio de tudo.
Outra graça desse prato está num nhoque à base de farinha de trigo que é acrescentado à sopa, no final do preparo, dando a sustância necessária para transformá-la numa refeição completa.
Esse é um dos pratos mais conhecidos (ou menos estranhados) pelos brasileiros. Já vi inúmeras versões de gulyás em restaurantes por aqui, até mesmo nos self services, mas todos muito diferentes daquele que aprendi com a família do maridão.
Talvez essa seja uma daquelas receitas que são apropriadas e modificadas pelas famílias, inclusive na Hungria. Não sei. Quando estive lá, provei um autêntico gulyás e se parecia muito com a receita que eu preparo em casa.
Vamos à receita.

Ingredientes
400 g de carne picadinha (pode ser patinho, coxão mole, filé)
1 colher (sopa) de páprica (há dois tipos, a doce e a apimentada. Eu costumo misturá-las)
3 bolinhas de pimenta do reino
3 batatas picadas
2 cenouras picadas
1 cebola picadinha
1 tomate picadinho (sem pele)
1 colherinha (chá) de sal

Para o nhoque
1 ovo
2 colheres (sopa) farinha de trigo
1 pitada de sal

Preparo
Doure a cebola no óleo quente, junte e páprica e, em seguida, a carne. Frite um pouco e, em seguida, cubra-a com água quente. Acrescente a pimenta do reino, o tomate e a cenoura picada e deixe a carne cozinhar. Quando já estiver molinha, acrescente as batatas e deixe cozinhar. O arremate com o nhoque vem no final. Numa travessa, bata o ovo com a farinha e sal e, com a ajuda de duas colheres, vá jogando cobrinhas da massa na sopa fervente. Sirva a sopa bem quente, acrescida de uma colher rasa (sopa) de vinagre, já no prato.
Delícia!

Um comentário:

  1. voce trocou cebolas por cenouras na hora do preparo. acho também que vale a pena dar o crédito para a senhora dona beatrix paulics, sua sogra, que pelo visto lhe ensinou a receita.
    bj.

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